Nota de Repúdio contra atos do Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo.

Os servidores do Poder Judiciário do Estado do Espírito Santo (PJES), representados pelo Sindijudiciário, vêm a público manifestar seu mais enérgico repúdio às ações do presidente do PJES, Desembargador Samuel Meira Brasil Júnior durante a sessão plenária do dia 4 de julho deste ano, desconsiderando todas as tratativas entre sindicato e a gestão.

Em flagrante desrespeito aos princípios basilares do Estado Democrático de Direito, e ignorando meses de negociações e diálogos construtivos sobre a justa distribuição das verbas indenizatórias entre servidores e juízes, o presidente submeteu à votação minutas de alteração dos auxílios, concedendo reajustes insignificantes, diferentemente das alternativas até então construídas.

Em relação ao projeto do auxílio-saúde, a proposta apresentada nas discussões com a equipe técnica do TJES, em reuniões nos dias 26 de junho e 03 de julho do corrente ano, previa o pagamento da coparticipação, a partir de 2025; estabelecia um teto de gastos com titulares e dependentes, correspondente a 5% do subsídio do juiz substituto (aproximadamente R$ 1.800,00); e garantia o pagamento integral do plano de saúde àqueles titulares que não dispõem de dependentes, cujo valor da prestação mensal ultrapassasse o estipulado na tabela de ressarcimento.

Para a indignação dos servidores, o presidente não apenas omitiu para apreciação e discussão do Pleno da minuta contendo essas propostas, cujo impacto financeiro real seria de, aproximadamente, R$ 68 milhões, mas também desconsiderou completamente os dados fornecidos, além dos estudos realizados pela equipe técnica, e insistiu em expor na sessão plenária um valor inflacionado de R$ 107 milhões.

Em uma iniciativa unilateral, fixou uma atualização ínfima na tabela do auxílio-saúde, com valores que variam de R$ 26,72 a R$ 159,70, a depender da faixa etária, em desacordo com o diálogo construído, que seguia o projeto do auxílio-saúde (Resolução 13/2023 do TJES com a implementação da Resolução 294/2019 do CNJ) defendido pelos servidores.

Sob o inaceitável argumento da ausência de dados dos dependentes, a administração do Tribunal não realizou o impacto financeiro da proposta do auxílio-saúde. Tal fato demonstra uma ausência de gestão e de boa-vontade com o pleito da categoria, uma vez que, o projeto já havia sido protocolado desde maio de 2023 e reiterado em 2024 na atual administração.

Repudiamos veementemente a falta de sensibilidade do presidente do tribunal em relação ao pleito dos servidores e que foi exaustivamente discutido com a equipe técnica do TJES, nas reuniões de 26 de junho e 03 de julho.

No que diz respeito ao auxílio-alimentação, concedeu um reajuste inexpressivo, que corrigiu o benefício em R$ 4,20 reais por dia de trabalho, sendo que os servidores acumulam perdas consideráveis nos últimos anos.

Esses acontecimentos evidenciam uma desconexão completa do presidente do Tribunal com o projeto de valorização dos servidores que apregoou recentemente em reunião com toda a categoria. Tal atitude, inclusive, provocou a saída dos servidores, em protesto, da última sessão ordinária do Pleno.

Diante do exposto, o Sindijudiciário reafirma seu repúdio contundente aos eventos ocorridos na sessão de 4 de julho. Reitera a confiança na seriedade das instituições e de seus membros, e clama pela urgente restauração do diálogo, das negociações justas e da ordem jurídica no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo.

Os servidores não se calarão diante de atitudes que desprezam seus direitos e sua dignidade!

Vitória – ES, 08 de julho de 2024.

SindijudiciárioES

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fale com a gente